quarta-feira, 22 de março de 2017

Não precisamos mesmo de mais parques de estacionamento!

Não precisamos mesmo de mais parques de estacionamento!

No entanto está programada a construção de mais 1 parque, o Parque da Caldeiroa/ Camões, e foi encomendado um estudo para comprovar a viabilidade de construção de um parque de estacionamento subterrâneo entre o largo da República do Brasil, vulgo Campo da Feira, e a alameda de São Dâmaso.

Não à morte do quarteirão Camões-Caldeiroa


Dizem que alguns colaboradores de estabelecimentos comerciais das artérias: Alameda de São Damaso, Toural, Rua de Santo António foram contactados por agentes da Vitrus para "comprarem" um lugar de estacionamemto por €20 mensais, no Parque de Estacionamento que querem construir na Caldeiroa/Camões. Parque esse que ainda não foi construído e que não foi ainda a discussão pública e para o qual não foi feito nenhum estudo de impacto ambiental ou de mobilidade integrada, entre outras demonstrações de despotismo político.
Isto é aviltante e é uma tentativa de justificar o argumento do edil que alega que todos os parques são úteis, e o parque da Caldeiroa/Camões especificamente será " estruturante para o desenvolvimento da cidade".
Como se não fossem suficientes os 2.072 lugares de estacionamento geridos pela Vitrus, empresa da Câmara Municipal de Guimarães, que fiscaliza o estacionamento tanto nos cinco parques públicos cobertos - Parque da Plataforma das Artes, no estádio D. Afonso Henriques, no Mercado Municipal, no Centro Cultural de Vila Flor ( neste o piso -1 está fechado por falta de procura (?), ) e no Largo Condessa da Mumadona, como nas ruas dentro e fora do centro histórico.
Caso queiram saber a taxa real de ocupação dos 5 paques públicos terão que adivinhar porque estes números não foram facultados por exemplo ao jornalista que escreveu um artigo sobre os parques de estacionamento geridos pela Camara no Mais Guimarães de 14 de Março. Das ruas com parcómetros a taxa, segundo a Vitrus, vai de 10% ( sim, viram bem 10%) até 65%.

Quando questiono os meus conterrâneos vimaranenses se precisamos de mais parques de estacionamento, a resposta é invariável e categoricamente "Não" pois alegam que não falta estacionamento a pagar, falta é gratuito. Eu contesto esta asserção, pois também existe muito estacionamento gratuito - Parque da Feira, Campo de São Mamede, Hortas, Multiusos, Estádio D. Afonso Henriques em todas as suas envolventes, desde a Estação de Comboios até à Fraterna, entre outros.

Precisamos de pensar que o bem comum radica-se no bem individual que formula esse bem comum.
19 de Março ( 15h24)

Parque da Feira (gratuito), dia 15 de Março ( 17h35)

Parque do Mercado Municipal, dia 15 de Março
( 17h)

Parque da Feira ( gratuito) dia 16 de Março (18h)

21 Março (15.55)

Alameda Dr. Alfredo Pimenta, dia 16 de Março ( 17h45)
Por Fátima Oliveira, via Facebook em 21 de Março de 2017
(publicado com a autorização da autora)

terça-feira, 21 de março de 2017

Metamorfose / Laurus nobilis (popularmente loureiro ou louro)

"Mal acabara a sua súplica, quando um pesado torpor invade os seus membros;
Uma delgada cortiça cinge o seu delicado peito;
Os cabelos crescem como folhas, os braços como ramos,
Os seus pés até há pouco tão velozes aderem por raízes preguiçosas;
Em lugar do rosto tem uma copa; apenas a beleza permanece nela."


Ovídio, Metamorfoses, vv. 548-552


Apolo e Dafne
Piero del Pollaiuolo
Óleo sobre madeira, c. 1470-80
The National Gallery

Lenda:
Apolo era o mais belo dos deuses do Olimpo, senhor da Arte, da Música e da Medicina. Ciente da própria beleza e confiante na sua destreza em manejar o arco de prata, matou a terrível serpente Píton, que da sua caverna no Monte Parnaso, assustava todos os habitantes daquela terra.
Conta Ovídio em “As Metamorfoses” que perante a arrogância de Apolo como vencedor de Píton, Cupido decidiu fazer-lhe uma partida. Para lhe mostrar a superioridade das suas flechas, mandou duas, uma de ouro, com o poder de atrair o amor, sobre Apolo, e uma outra de chumbo que afastava o amor sobre a bela ninfa Dafne, filha do rio-deus Peneu.
Ferido por Cupido, o deus foi tomado de amor pela ninfa, esta que sempre recusara os pretendestes, horrorizada tentou escapar-lhe, correndo como se asas tivesse nos delicados pés. Arrastado pela paixão, pela vontade de tocar o ser amado, de beijá-la e dizer-lhe o quanto a amava, Apolo corria como acossado pelas Fúrias.
Desesperada, constatando que o seu perseguidor estava cada vez mais próximo, que as forças começavam a fraquejar, Dafne ao ver o pai entre as árvores pediu-lhe que a salvasse mudando-lhe a forma do corpo para que o impetuoso deus a deixasse em paz. Peneu fez o que a filha pediu...E quando Apolo estava quase a tocar-lhe os cabelos, Dafne sentiu um torpor estranho apoderar-se dos seus membros: o seu corpo revestiu-se de casca, os seus cabelos transformaram-se em folhas, os seus braços mudaram-se em ramos e galhos, os pés cravaram-se na terra, como raízes. Impotente perante a metamorfose da sua amada em arbusto, o loureiro, Apolo abraçou-se aos ramos e beijou ardentemente a casca, declarando:
- Já que não podes ser minha esposa, serás a minha planta preferida e eternamente me acompanharás. Usarei as tuas folhas sempre verdes como coroa e participarás em todos os meus triumfos, consagrando com a tua verdura perfumada as frontes dos heróis.

sexta-feira, 10 de março de 2017

Carta aberta


Tornámos esta carta aberta a todos os que estejam interessados.
É uma carta em defesa do quarteirão Camões-Caldeiroa, pois para nós não há um bem público senão o que assegura o bem individual de todos nós.

Descarregue a carta aqui.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Precisamos de mais parques de estacionamento? NÃO.


Este mapa apresenta os parques e as ruas onde é possível estacionar automóveis. Como podemos observar, eles já ocupam uma grande área no centro da nossa cidade. Os €7 Milhões, mais as "naturais" derrapagens orçamentais, deviam ser investidos de forma racional. A construção do parque de estacionamento no miolo do quarteirão Camões-Caldeiroa parece-nos, cada vez mais, um capricho que ainda não conseguimos entender a sua origem. A escola do urbanismo modernista, e neste ponto temos por referência a escola do Porto, acharia esta proposta uma aberração. Contudo, há vários quarteirões ou logradouros da nossa cidade que já foram convertidos em parques de estacionamento. O interior dos quarteirões pertence às pessoas e não aos carros.
Achamos que está na altura de deixarmos de pensar na construção do parque e pensar em investir o dinheiro na verdadeira reabilitação de edifícios para as pessoas. Como exemplo, apontamos a Rua da Caldeiroa que tem muitos edifícios degradados e outros em ruína. Se os €7 Milhões fossem usados na reconstrução dos edifícios para habitação de renda controlada, teríamos mais gente a viver no centro da cidade. Logo, teríamos mais gente a utilizar o espaço público, sem precisar de utilizar com tanta frequência o carro, para fazer compras, por exemplo. E, assim, resistir à gentrificação que se observa em cidades como o Porto e Lisboa.